Prosa fiada

Gostava das aulas de literatura e história, e só. Assistia às outras apenas para cumprir tabela

Domingo passado, aqui em casa, a cozinha esteve em festa. Motivo: aquisição da nova panela de pressão.

Quando puxava uma palhinha, o trepidar do leito, um cafuné móvel, despertei, abruptamente.

Ela disse sofrer de soluços. Que suas crises são constantes e intensas

Os cascos de cerveja e refrigerante já não são como dantes. Mudaram bastante.

Se eu pudesse mudar algo em mim, mudaria, sem pestanejar, a minha altura

Já contei a vocês a primeira vez que vi o tremendão Erasmo Carlos, ao vivo e em cores?

Guardei esse fato antigo para lhes contar agora

Era a última da rua do cemitério e contígua ao templo da Assembleia de Deus

O motorista da UBER era japonês. Falava um português enviesado.

De onde assisti ao jogo entre Flamengo x Altos, vi um jogador fazer a diferença.

Vi em sua cadeira de rodas, estático, um homem guarda-chuva à beira do rio Poti

De longe, admiro seu jeito imperturbável perante uma massa inquieta

Uma criança edifica o amor de um homem

Sagitário deve achar conveniente que eu permaneça do modo descrente, com a cabeça cheia de caraminholas derrotistas.

Era apenas o efeito da ressaca braba.