Notas genealógicas da família Cardoso de Barros

Reginaldo Miranda[1]

De João de Barros e sua esposa Leonor Cardoso descende o primeiro provedor-mor do Brasil, Antônio Cardoso de Barros, que deixou grande geração. Por essa ramificação e por seus entrelaçamentos descendem os Barros, Cardoso de Oliveira, Gomes de Abreu, Gomes Ferreira, Gomes Travassos, Gomes Vieira, Barros Taveira, Ferrão Castelo Branco, Rego Castelo Branco, Marreiros de Castelo Branco e Miranda Castelo Branco.

JOÃO DE BARROS, casado com LEONOR CARDOSO; filhos:

F.1. Francisco de Barros, escudeiro fidalgo na Índia, em 1535;

F.2. Antônio Cardoso de Barros

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F.2. ANTÔNIO CARDOSO DE BARROS, cavaleiro fidalgo da casa real, capitão donatário de uma capitania hereditária entre o Piauí e o Ceará, que lhe foi concedida em 29 de novembro de 1535, por D. João III (Livro 21, fl. 187v); para uns casou-se com Guiomar Dias Botafogo, filha de André Dias Botafogo; para outros casou-se em Tanger, com Francisca de Aguiar, filha de Affonso Mendes Aguiar; em 20 de novembro do mesmo ano, recebeu Foral da referida capitania(Liv. 22, fl. 108); em 30 de janeiro de 1537, foi provido no cargo de tanador-mor de Baçaim, na Índia, pelo tempo de três anos, mas não chegou a tomar posse do mesmo (Liv. 24 de D. João III, fl. 28v); em 21 de janeiro de 1549, foi provido no cargo de Provedor-mor da Fazenda no Estado do Brasil, com ordenado de 200$ e mercê de em caso de falecimento ser aproveitado em um de seus filhos ou genros (Liv. 55 de D. João III, fl. 119v; Liv 70, fls. 109-109v), partiu para o Brasil (Bahia) em companhia do governador-geral Tomé de Sousa, do capitão-mor da costa Pero de Goes, do padre Manoel da Nóbrega e diversas outras autoridades, chegando à Bahia em 28 de março de 1549; mais tarde, tomou partido ao lado de D. Pero Fernandes Sardinha, 1º Bispo do Brasil, na oposição ao governo-geral Duarte da Costa, 2º governante do Brasil, razão pela qual embarcaram juntos para Lisboa, na nau N. Sra. da Ajuda, que naufragou nos baixios próximos à foz do rio Coruripe, sendo os ilustres náufragos trucidados e devorados pelos índios caetés, em 16 de julho de 1556; deixou os seguintes filhos:

F.2.1. João de Barros Cardoso, agraciado na ordem de Cristo, 1ª vez c.c. Genebra de Cambray, filha de Ruy Dias de Cambray; filhos: 1. Antônio de Barros Cardoso, comendador na ordem de Cristo, casado com Inês de Barros, filha do Dr. Lopo de Barros Machado e de sua esposa Maria de Seixas; 2. e outro que faleceu solteiro, cujo nome não sabemos informar; 2ª vez, foi casado com Joana Sotomayor, filha de Tristão Gomes da Grã e de Isabel Sotomayor; s.g.

F.2.2. Maria de Barros, que foi casada com D. Jorge de Mello;

F.2.3. Christóvão de Barros[2]

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F.2.3. CHRISTÓVÃO DE BARROS, por despacho de 25 de setembro de 1577, foi provido no cargo de Provedor-mor da fazenda (Liv.38 de D. Sebastião, fl. 155v); casado com ISABEL DE LIMA, filha bastarda de Jorge de Lima; filhos:

F.2.3.1. Antônio Cardoso de Barros de Lima

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F.2.3.1. ANTÔNIO CARDOSO DE BARROS DE LIMA, casado com Guiomar de Mello, filha de Roque de Mello e de sua segunda esposa Leonor de Lacerda; filhas:

F.2.3.1.1. Isabel de Lima

F.2.3.1.2. Mariana de Mello

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F.2.3.1.1. ISABEL DE LIMA, casada com LOURENÇO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE; filha:

F.2.3.1.1.1. Beatriz Francisca de Lima, casada com o primo João de Barros Cardoso; filha: Maria Madalena de Barros, casada com Lupis de Mello, 14º Senhor de Mello.

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F.2.3.1.2. MARIANA DE MELLO, moradora no Rio de São Francisco de Sergipe de El-Rei, casada com PEDRO DE ABREU E LIMA, grande proprietário de terras e criador em Sergipe Del Rei, por herança da mulher; foi o testamenteiro da sogra Guiomar de Mello; recebeu doação de terras em 18 de abril de 1665; era filho de Leonel Lima, Senhor dos Regalados; filho:

F.2.3.1.2.1. Pedro Gomes de Abreu

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F.2.3.1.2.1. PEDRO GOMES DE ABREU, capitão-mor de Sergipe Del Rei, fora casado com DOMINGAS FERREIRA TRAVASSOS[3], filha de Manuel Martins Chaves e sua esposa Maria da Cruz Portocarrero; neta materna de Domingos da Cruz Portocarrero, dos primeiros desbravadores de Sergipe Del Rei; filhos:

F.2.3.1.2.1.1. Maria da Cruz Portocarrero

F.2.3.1.2.1.2. Benta Gomes

F.2.3.1.2.1.3. Fr. Manoel da Madre de Deus

F.2.3.1.2.1.4. Cap. José Gomes Ferreira, morador na Paraíba.

F.2.3.1.2.1.5. Cap. Francisco Gomes Ferreira, Familiar do Santo Oficio.

F.2.3.1.2.1.6. Antônia Gomes Travassos, casada em primeiras núpcias com o capitão Lourenço da Costa Veloso, português, colonizador de terras no Piauí; s.g.; e em segundas com o capitão-mor Gonçalo de Barros Taveira, português, fundador de fazendas no Piauí; filhos das segundas núpcias: F.2.3.1.2.1.6.1. Joana (batizada em 28.3.1726, na matriz; padrinhos: Dr. Antônio Marques Cardoso e Ana Rodrigues de Almeida, casada); F.2.3.1.2.1.6.2. Perpétua Luzia de Barros Taveira (batizada em 22.11.1728, na matriz; padrinho: Dr. Antônio Marques Cardoso), foi casado com o Tte.-Cel. João do Rego Castelo Branco, membro de uma junta de governo do Piauí; F.2.3.1.2.1.6.3. Manoel de Barros Taveira (batizado em 27.12.1730, na matriz; padrinhos: Antônio da Rocha, solteiro e Joana de Matos, casada).

 

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F.2.3.1.2.1.1. MARIA DA CRUZ PORTOCARRERO, natural da freguesia de Nossa Senhora do Rosário da vila de Penedo, comarca de Alagoas, grande fazendeira, líder de Revolta no sertão de Minas Gerais (1736), fora casada com o coronel SALVADOR CARDOSO DE OLIVEIRA, bandeirante natural da cidade de São Paulo; filhos:

F.2.3.1.2.1.1.1. Matias Cardoso de Oliveira, mestre-de-campo.

F.2.3.1.2.1.1.2. João Cardoso, padre.

F.2.3.1.2.1.1.3. Pedro Cardoso de Oliveira

F.2.3.1.2.1.1.4. Manoel Cardoso, padre.

F.2.3.1.2.1.1.5. Maria Cardoso de Oliveira, natural de Pernambuco, casada com o coronel Alexandre Gomes Ferrão Castelo Branco, natural de Sergipe Del Rei, cavaleiro da ordem de Cristo, filho de Antônio Gomes, , cavaleiro da ordem de Cristo e de Damiana Francisca de Castelo Branco, batizada na freguesia de São João da Barra, patriarcado de Lisboa; filho entre outros): Antônio Gomes Ferrão Castelo Branco[4].

F.2.3.1.2.1.1.6. Catarina do Prado, casada com Domingos Martins Pereira, coronel.

 

 


[1] REGINALDO MIRANDA, advogado e escritor, ex-presidente da Associação de Advogados Previdenciaristas do Piauí (AAPP), foi membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-PI em dois triênios; ex-presidente da Academia Piauiense de Letras, em dois biênios. Autor de diversos livros de artigos. Possui curso de Preparação à Magistratura (ESMEPI) e de especialização em Direito Constitucional e em Direito Processual (UFPI-ESAPI). Membro efetivo da Academia Piauiense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí. E-mail: [email protected]

[2] Há dúvida sobre a sua filiação legítima, apesar da afirmação de Avellar Portocarrero, no seu livro das famílias nobres, de 1719, anotou o Barão de Studart.

 

[3] Domingas era irmã de Ana Gomes Vieira, esposa do português João Alves Feitosa, patriarca dos Inhamuns.

[4] PT/TT/MCO/A-C/002-001/0041/00034. Diligência de habilitação para a Ordem de Cristo de Antônio Gomes Ferrão Castelo Branco (3.6.1766).