Lo fatal

Dichoso el árbol que es apenas sensitivo,
y  más la piedra dura, porque ésta ya no siente,
pues no hay dolor más grande que el dolor de ser vivo,
ni  mayor pesadumbre que la vida cosnciente.

Ser, y no saber nada, y ser sin rumbo cierto,
y el  temor de haver sido, y un futuro terror...
Y el espanto seguro de estar manãna muerto,
y sufrir por la vida y por la sombra y por

lo que no conocemos y apenas sospechamos,
y la carne que tienta con sus frescos racimos,
y la tumba que aguarda con sus fúnebres ramos,

¡ y no saber adónde vamos,
ni de dónde venimos!...
(Rubén Darío - 1867-1916 Cantos de vida y esperanza)


O inevitável

Feliz da árvore que apenas sensível é,
E mais ainda a pedra dura, porque nada sente,
Porquanto maior dor não existe do que a de vivo estar,
Nem  tristeza maior do que da vida a consciência.

Ser, e não saber nada, vagar sem norte,
Com o temor de haver sido e um terror do futuro
e a certeza espantosa de, na manhã seguinte, estar morto.
e sofrer pela vida e pela sombra e pelo

não-conhecido sofrer ainda, embora suspeitado somente
e sofrer pela carne que, com a suas uvas frescas, seduz
e pelo que o túmulo espera com seus ramos fúnebres,

e não saber da verdade derradeira
nem da vida a origem!

(Tradução de Cunha e Silva Filho)