Ontem assisti ao pior dia da história da imprensa no Brasil: todos os jornais proclamaram uma mentira, a de que os candidatos com “ficha suja” na justiça estão liberados para eleger-se. Mentira. Os verdadeiros “ficha sujas”, ou seja, os condenados pela justiça são inelegíveis. O que a imprensa queria era que a mera acusação fosse suficiente para condenação do acusado, como nas ditaduras nazi-fascistas, quando bastava a pessoa ser acusada de “comunista” ou “judia” podia ser presa, torturada ou morta, sem direito de defesa. O caráter autoritário da media apareceu, escancarado. Nunca se viu um desmascaramento igual. O magnífico parecer, que acompanhei pela TV, de 90 páginas, do ministro Celso de Mello foi brilhante. Um monumento jurídico que deveria ser de leitura obrigatória nas escolas. Ele fez a defesa da Democracia e das liberdades individuais. Na Democracia dos nos países civilizados todos os indivíduos são inocentes, até prova em contrário. E quem acusa tem de provar que o acusado é culpado. Ao contrário, nos regimes autoritários, todos são culpados, mesmo aqueles que foram acusados por seus inimigos, e os acusados têm de provar que são inocentes.
Mas o que a grande imprensa queria destruir eram alguns alvos certos. Mas isto já é outra história.