Morre Kenard Kruel aos 63 anos

DA REDAÇÃO

Faleceu na tarde desta quinta-feira, 11, aos 63 anos, o jornalista, escritor e ativista cultural Kenard Kruel. O jornalista tratava um câncer na laringe há 5 anos.

A vida cultural de Teresina a partir de 1980 teve em Kenard um nome referencial. Divulgador da literatura piauiense, o escritor esteve à frente de muitos movimentos lítero-culturais. Editor, criou a Editora Zodíaco, publicando sobretudo biografias.

Entre os autores de sua predileção, Torquato Neto ocupava um lugar de destaque. A ele, o jornalista dedicou dois estudos, que ganharam ampla publicização,  “Torquato Neto ou A carne seca é servida” e  “Torquato Neto: Muleque Indigesto”.

Entre os livros escritos por Kenard Kruel, “Gonçalo Cavalcanti - o intelectual e sua época” (2005), “Djalma Veloso - o político e sua época” (2006) e “OG Rêgo de Carvalho - Fortuna Crítica” (2007) e Chagas Rodrigues : grandes vultos que honraram o Senado (Senado Federal, 2018).

Em sua página no Facebook, escreveu o professor Cineas Santos:

“Kenard era um moço guloso: comia muito, falava muito, escrevia muito, sonhava além imaginável. Não bastasse a gula, era animado pela pressa: parecia saber que não teria tempo para realizar o que pretendia. Amava tanto a vida, que uma só não lhe bastava. Inventava vidas e tratava de vivê-las gulosamente... Dois exemplos elucidativos: “autoexilado” em Tutoia (MA) “onde Deus fez a morada”, transformou uma rústica cabana de pescadores, construída sobre palafitas, numa ilha: a Ilha Kenardiana. Certa feita, fui visitá-lo no Hospital São Marcos. Por falta de coisa melhor, levei-lhe um livrinho e um ramo de jasmim, com seu cheiro inconfundível. Kenard, quase eufórico, me falou da infinidade de projetos que pretendia levar adiante. No dia seguinte, li no FACEBOK uma postagem do jornalista acusando a visita e me agradecendo pelo “buquê de rosas” que lhe ofertei. Não fazia por menos: só sabia viver no superlativo.

No domingo passado (dia 7), alma impiedosa e mesquinha resolveu apressar a morte do jornalista. Postou uma nota infame acusando a morte do Kenard. Num átimo, a notícia correu mundo. A infeliz só se esqueceu de que o poeta guloso tinha outras vidas. Antes do final do dia, milhares de amigos se manifestarem em homenagem ao amigo “morto”. Assim, Kernard pôde receber em vida as “homenagens póstumas”. Hoje (11/05) Kenard perdeu a batalha que travava contra o câncer há cinco anos. Nunca desistiu de lutar.

Reza a lenda que a gente só morre de verdade quando ninguém mais no mundo se lembrar de nós. Se é assim, Kenard Kruel Fagundes ainda viverá muitas luas. Assim seja!”.

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