[Whashington Ramos]

     São muitos os adjetivos de sentido nefasto que podem ser atribuídos a homens e mulheres que, no executivo, no legislativo e no judiciário, governam este estado e esta cidade de Teresina. Administram para benefício próprio, e não para o cumprimento  da lei.

     Não cumprem o aumento de 33% autorizado pelo governo federal. Alegam que o estado e a prefeitura não têm condição financeira de pagar esse aumento. Mentira! Mas, para dar gratificação pra político vagabundo que não se elegeu, não falta dinheiro de jeito nenhum. Não falta grana também para dar gratificação para apadrinhados de políticos que só recebem e não dão sequer um prego numa barra de sabão. A assembleia legislativa está lotada com esse tipo de parasita, inclusive alguns jornalistas sem caráter. Não falta verba ainda para pagar quem faz as famosas estradas sonrisal, as quais, assim como esse efervescente se acaba rápido num copo d’água, se acabam esburacadas logo nas primeiras chuvas. São muitos os casos de corrupção e de desperdício do dinheiro público (na verdade, como já disse Margaret Thatcher, não existe dinheiro público. O que chamam de dinheiro público é o dinheiro retirado do orçamento das famílias através dos impostos.).

     Como efeito do descumprimento da lei por parte de que tem a obrigação moral de respeitá-la, os professores das redes estadual e municipal de ensino entraram em greve, que já dura mais de dois meses. O ano letivo já está prejudicado, quase perdido irremediavelmente. O mais preocupante é que esse prejuízo educacional vem logo após a pandemia que fechou escolas por dois anos. Como ficar insensível diante de um absurdo desse? Por que não pagam os 33%? Será que é porque estão desviando dinheiro para investir na eleição deste ano e na de 2024?

    O legislativo estadual e o municipal não fazem oposição. Rifaram a consciência. O judiciário, confirmando que esses três poderes só trabalham em causa própria, decreta as greves ilegais.

     O mais esquisito nesse absurdo todo é que o PT – hoje no poder – quando era oposição, apoiava as greves que os professores faziam e dizia que só faltava vontade política. Dizia ainda que tinha a solução para os problemas educacionais. Além disso, a governadora Regina Sousa e o secretário de planejamento, Antônio Neto, foram professores. Será que não se tocam com essa situação?

     Numa greve no começo dos anos 90, os professores da rede estadual acamparam ao lado do Palácio de Karnak. Após alguns dias, o governo mandou desmanchar o acampamento na base da porrada. A polícia foi lá e fez o serviço. O Antônio Neto foi empurrado por um policial com um cassetete de borracha. Ao mesmo tempo, ele dizia: “Ora, o que é isso, que absurdo! A gente não pode mais nem protestar.” Poucas pessoas se lembram desse fato. Mas realmente ocorreu. O atual secretário de planejamento deve tê-lo esquecido, pois entrou para a horda dos insensíveis, frios e inconsequentes.