Sonnet XXX


I DO NOT KNOW what truth the false untruth
Of this sad sense of the seen world may own,
Or if this flowered plant bears a fruit
Unto the true reality unknown.
But as the rainbow, neither earth’s nor sky’s,
Stands in the d ripping freshness of the lulled rain,
A hope, not real yet fancy’s, lies
Athwart the moment of our ceasing pain.
Some how, since pain is felt yet as ill,
Hope hath a better warrant than being hoped;
Since pain is felt us, aught we should not feel
Man hath a Nature’s reason for having groped,
        Since Time was Time and age and grief his measures,
        Towards a better shelter than Time’s pleasures.


Soneto XXX


EU NÃO SEI qual verdade a falsa inverdade
Do mundo visível possa ter deste sentido triste,
Ou se também um fruto carrega esta florida planta
Desta conhecida e genuína verdade.
Contudo, qual arco-íris, nem da terra, nem do céu,
Da tranquila chuva permanece no frescor gotejante,
Uma esperança nem ainda verdadeira nem imaginosa, acena
No instante de nossa dor final em dois sentidos.
De alguma forma, visto ser nociva a dor sentida,
Do que a espera é melhor garantia a esperança;
Por ser algo indesejável a doença sentida
Na Natureza por haver sondado uma razão possui o homem,
        Sempre o Tempo o Tempo foi e suas medidas a dor e a idade, 
        Melhor é um refúgio do que do Tempo os prazeres.

                                                                                 (Tradução de Cunha e Silva Filho)