Fernando Pessoa: “English sonnet XXV”

Sonnet XXV

WE ARE IN FATE and Fate’s and do but lack
Outness from soul to know ourselves its dwelling,
And do but compel fate aside or back
By Fate’s own immanence in the compelling.
We are too far in us from outward truth
To know how much we are not what we are,
And live but in the heat of error’s youth,
Yet young enough its acting youth to ignore.
The doubleness of mind fails us, to glance
At our exterior presence amid things.
Sizing from otherness our countenance
And seeing our puppet will’s act-acting strings.
An unkown language speaks in us, which
We are at the words of, fronted from reality.

 


NO FADO ESTAMOS e do Fado somos, sim, carentes apenas
Da alma do exterior a fim de nós mesmos sua morada conhecermos
Obrigamos, na realidade, o Fado, afastando-o ou de nós o aproximando
Face à imanência em si de obrigar o Fado.

Muito distantes estamos da verdade externa
Para que saibamos o quanto não somos o que somos,
Unicamente dos erros da juventude ao calor vivemos,
No entanto, jovem bastante pra suas imaturas ações desprezar.
Da morte o duplo de ver nos priva
No meio das coisas nossa presença externa,
A partir da alteridade nosso semblante avaliando
E da vontade de nossa marionete o ato de manejar os fios percebemos.
Uma língua estranha fala em nós, com a qual
Diante da realidade por entender lutamos

.

(Tradução de Cunha e Silva Filho)