Contam que um dos fatos literários mais bizarros e hilariantes da literatura brasileira foi aquela eleição de um escritor para a Academia Brasileira de Letras, pois no dia da eleição é costume os outros acadêmicos irem à casa do eleito parabenizá-lo, e alguns até recebem os cumprimentos em casa de um amigo. Mas o apartamento onde morava o novo imortal era um quarto-e-sala num prédio proletário, sujo e de má-fama, a salinha logo cheia e os imortais se espremiam no corredor e davam o fora, pois os vizinhos de porta aberta  faziam uma festa e gritos se ouviam pelo corredor do prédio e quando os imortais – ministros, Presidente da República, juristas, ricos empresários - chegavam à casa do novo acadêmico tinham de passar ao som daquela comemoração de uma festa e assim que os acadêmicos chegavam alguém dizia: “É por aqui, senhores!” e encaminhavam os convidados!