Eclética

O jovem, ao longo de sua vida, jamais se esqueceu do perfume agradável, que evolava da mulher e lhe ficou como que impregnado nas narinas para sempre.

Não sabia Marcos ao certo de que Évora seria invicta, pois não lhe constava que ela tivesse participado de alguma guerra ou batalha.

Com invulgar atenção leu Tomei um Ita no Norte, do escritor parnaibano Renato Castelo Branco, que num estilo elegante, conciso e cristalino contou muitos fatos interessantes e pitorescos da pequenina Parnaíba de sua meninice

Contudo, algo inusitado aconteceu. Doralice, em dado momento, estrebuchou e escaramuçou agoniada; gemeu muito, e pronunciou sons ininteligíveis, que mais pareciam grunhidos, como se fosse morrer.

Marcos não pensava em outra coisa, a não ser em perder sua virgindade com alguma rapariga, ainda que do baixo meretrício.

No caso de Elmar Carvalho, temos uma poesia lírica, elaborada com rara sensibilidade, sem esquecer o drama social.

Desse modo, os jovens se iniciavam no sexo com as raparigas, como eram designadas as prostitutas. Algumas tinham foro de professoras, e várias gerações de “alunos” passaram pelo seu tirocínio pedagógico.

Com o avanço dos estudos teórico-críticos, cada vez mais se compreende o quanto o leitor é relevante na interpretação de uma obra literária.

Marcos olhou para a jovem e lhe admirou as curvas e a beleza longilínea e esbelta; seus cabelos longos e dourados faiscavam à luz do sol, levemente agitados pela brisa que vinha do grande lago Galileia, situado perto.

Sua vontade de tocá-lo era enorme. Espalmar-lhe a mão, e tê-lo em sua concavidade. Parecia um animal, que tivesse vida própria e palpitasse. Fez um esforço muito grande para se conter.

Nessas páginas, prenhes de emoção e lembranças, o autor, como um demiurgo, materializa a velha Oeiras, fazendo-nos viajar no tempo e no espaço; no tempo de sua juventude e no espaço oeirense de sua saudade.

Assim, tenho como certo que, atualmente, apenas o bruxo Paulo Coelho e o comandante Natim Freitas fazem chover.

O autor, com riqueza de pormenores e com sua maneira peculiar e engraçada de contar “causos”, é mestre em provocar o riso ou em atrair a atenção do leitor.

Sua escalada foi lenta e gradual, sem atropelos e açodamentos, porque desprovido de ganância e infenso a querer subir a qualquer preço. Por isso mesmo encerrou sua carreira como um magistrado digno e respeitado.

Dele guardarei para sempre a boa lembrança, nome de sua amada fazenda. A boa lembrança de um homem bom, de um bom amigo, de um bom parente.

Mais uma vez estive no sítio Cafundó. Mais uma vez foi um dia muito agradável.

Um leitor atento, que acompanhou a publicação desses textos na internet, me observou, com muita argúcia e pertinência, que eles, coligidos por temas, dariam vários pequenos livros.

Essa obra será de capital importância para que o notável bardo Jamerson Moreira Lemos continue vivo na memória poética piauiense e brasileira, como ele bem merece, pela alta qualidade de seus versos.

Em minha fala, justifiquei a homenagem, ao enaltecer a admiração que ele tinha pela localidade e por seu esforço em tentar conseguir-lhe algum benefício e melhoria.

Eu busco as mais loucas sinestesias em minha mente alucinada