Um poema de Alfred Tennyson (1809-1892)

The charge of the Light Brigade


Half a league, half a league,
Half a league onward,
All in the valley of Death,
      Rode the six hundred.
“Forward, the Light Brigade!
Charge for the guns!” he said:
Into the valley of Death
      Rode the six hundfred.

“Forward, the Light Brigade!”
Was there a man dismayed?
Not though the soldier knew
     Someone had blundered:
Theirs not to make reply,
Theirs not to reason why,
Theirs but to do and die:
Into the valley of Death
    Rode the six hundred.

Cannon to right of them,
Cannon to left of them,
Cannon in front of them
Volleyed and thundered;
    Stormed at with shot and shell,
Boldly they rode and well,
Into the jaws of Death,
Into the mouth of Hell,
    Rode the six hundred.

Flashed all their sabres bare,
Flashed as they turned in air
Sabring the gunners there,
Charging an army, while
        All the world wondered:
Plunged in the battery-smoke
Right through the line they broke;
Cossack and Russian
Reeled from the sabre they stroke
       Shattered and sundered.
Then they rode back, but not -
      Not the six hundred.

Cannon to right of them,
Cannon to left of them,
Cannon behind them
      Volleyed and thundered;
Stormed at with shot and shell,
While horse and hero fell,
They that had fought so well
     Came through the jaws of Death,
Back from the mouth of Hell,
All that was left of them,.
     Left of six hundred.

When can their glory fade?
O the wild charge they made!
     All the world wondered.
Honour the charge they made!
Honour the Light Brigade,
    Noble six hundred!

O ataque da Brigada Ligeira

Meia légua, meia légua
Meia légua faltava ainda
Ao vale da Morte todos
       Cavalgavam.os seiscentos soldados

                                                                                                                                                                                                    “Avante, Brigada Ligeira!
Atacai com as armas!” disse ele:
Para o vale da Morte
     Cavalgavam.seiscentos soldados

“Avante, Brigada Ligeira!”
Por acaso um homem amedrontado havia?
Não, embora soubessem os soldados
    Que alguém a verdade não falava:
Eles responder não podiam,
Eles argumentar não podiam,
Eles obedecer e morrer podiam apenas:
Para o vale da Morte 
     Cavalgavam .seiscentos soldados

À direita, canhão,
À esquerda, canhão,
À frente, canhão
     Atiravam e rimbobavam;
Com tiros e granadas fulminados,
Sem medo audazmente avançavam
Da Morte para as garras,
Do Inferno para a boca
    Cavalgavam seiscentos soldados.

Num átimo, os sabres desembainhavam.
Os quais, no alto, cintilhantes,
Canhoneiros ali golpeavam,
Um exército atacando, diante
   De um mundo atônito:
Da bateria pela fumaça sufocados;
Cossacos e russos,
Vacilantes ante os sabres dos golpes,
   Destroçavam-se e partiam-se.
Recuaram em seguida, mas não – 
   Não os seiscentos soldados.

À direita, canhão,
À esquerda, canhão
Atrás, canhão
   Atiravam e atroavam;
Por tiros e granadas fulminados,
Enquanto caem cavalos e heróis,
Logo eles, combatentes aguerridos,
Nas garras da Morte cair foram,
Da boca do Inferno de regresso,
Foi tudo o que restou
   Desses seiscentos homens.

Pode, algum dia, sua glória se apagar
Oh, temerário esforço despendido!
  O mundo inteiro se pergunta.
Honra à luta travada!
Honra à Brigada Ligeira,
  Nobreza de seiscentos heróis!

(Tradução de Cunha e Silva Filho)