SESSÃO  NOSTALGIA:

Quinta-feira, 23 de junho de 2011

                                                        Os buracos da Terra e um outro buraco

Cunha e Silva Filho


            Será que o pensamento dos indivíduos seja mesmo original? A resposta me escapa e simultaneamente me instiga. Digo isso porque, enquanto posso pensar numa ideia que acho original, muitas outras pessoas, em qualquer parte, no país, ou no mundo, podem estar pensando na mesma coisa. O exemplo dos buracos feitos no nosso Planeta (contam-se, pelo menos, seis grandes, distribuídos na África do Sul, Estados Unidos, Sérvia, América Central e Canadá) explicam muita coisa, desde as razões geológicas até as políticas, i.e., se no mundo há muitos buracos feitos, em geral, pelo homem, há também um buraco a que se refere um vídeo que eu vi há pouco e que me inspirou a tecer algumas considerações mais adiante.
            Enfim, leitor, são alguns os buracos que se fazem na Terra, buracos para muitos fins, inclusive para uma função primordial: a de exploração do subsolo para o enriquecimento das nações. Só que enriquecimento aqui não se aplica a distribuir benefícios a todos, mas a alguns, aos privilegiados senhores das riquezas do Planeta. Quer dizer, os buracos assumem uma importância econômica direcionada ao poder do Estado que deles se tem apossado ao longo da História.
            Não vou desconhecer que os buracos que se abrem para deles extrair minérios, diamantes, carvão, petróleo, pedras preciosas, ferro, ouro e outras matérias ou substâncias existentes no subsolo e em camadas cada vez mais profundas que se calculam em quilômetros e em colossais diâmetros de crateras, não sejam, até certo ponto, de grande utilidade para as demandas do consumo das nações. Masm tud sem exageroçs e dentro das possibilidades  de exploração sustentável, se maviez nem ganaância qwue só servirão  aos potentatos. a um elite  mundial  que pouco se lixa  para  a Humaidade.  Pagarão o preço diessas maldadades.
            Contudo, não posso omitir um dado que me martela sempre que penso nesse assunto, o de que há exageros nessas extrações, notadamente quando se tem em vista os males físicos causados à Terra, planeta que, além de sofrer continuamente essas depredações por parte dos governos associados às ambições dos comandos capitalistas globalizados, vive a precariedade crescente da poluição, degradação do meio-ambiente, efeito estufa e de outros prejuízos à saúde do ser humano e do próprio Planeta.
             O certo é que nem as águas dos oceanos são poupadas nessas explorações profundas para extrair e extrair recursos até se exaurirem, mas que deixam irreversíveis estragos em nosso Planeta. sem falar da nossa atmosfera que, pelo menos, desde, pelo menos, a 1ª Revolução Industrial, passou a sofrer o ataque da ação humana predatória, liberando gases, dióxido de carbono, fumaças etc.
             Da mesma maneira, poderia mencionar outros tipos da ação des/humana: os desastres em forma de incêndios, os testes de explosões atômicas nos mares, desertos, ou, ainda por razões de guerra, conforme ocorreu na Segunda Guerra Mundial, o lançamento de duas bombas atômicas em duas cidades japonesas ( respectivamente, em Hiroshima e Nagazaki, em 1945), a construção de usinas nucleares que, em alguns casos, resultaram em lamentáveis tragédias, na Ucrânia (Chernobil) e nos Estados Unidos(Three Mile Island) e, ultimamente, no Japão (Fukishima).

             Os efeitos da radiação nuclear são terríveis e duradouros e atingem mais de um país.Têm, pois, consequências globais de contaminação via atmosfera. Seus efeitos produzem câncer e complicações sérias no sistema nervoso e em outras partes do organismo.
Praticamente, todas as grandes nações do mundo têm sido há séculos responsáveis por essas ações danosas.               O interessante é que, contraditoriamente, organismos mundiais, de tempo em tempo, se reúnem, em cúpulas regadas a bons hotéis e a roupas de marca, para discutir melhorias que venham reduzir o poder destruidor das ações humanas na Terra sem que, ao final de suas intermináveis discussões, alcancem alguma vitória neste sentido.
            Sabemos dos motivos por que as discussões não progridem muito: não há nenhuma vontade política das grandes potências de reduzirem os seus níveis de poluição, visto que, se tomassem medidas eficazes, saneadoras do meio-ambiente, essas nações perderiam seu potencial econômico, significando que teriam prejuízos naquilo que mais afeta o ser humano: dinheiro, o lucro, a competitividade.
            Portanto, os buracos, as escavações, as minas, os poços de petróleo não podem parar e, em contrapartida, a qualidade de vida vai perdendo-se em ritmo vertiginoso e a resposta da Natureza não se faz demorada: derretimento das geleiras, aumento do nível do mar, inundações dos rios, alterações climáticas, provocando, por seu turno, prejuízos materiais incalculáveis (casas destruídas, vítimas fatais, empobrecimento, novos sem-teto, desemprego, prejuízos na economia com toda a sorte de sequelas para os governos), nas cidades e no campo. Nenhum lugar do mundo está ileso desses flagelos.
           Há ainda outro buraco, o chamado “Buraco dos Ratos,”segundo li de um texto que me enviaram pela internet Este buraco, com aquela denominação, seria a imagem moderna que, em geral, se tem da atuação e da ética de parte de políticos brasileiros e das instituições a que servem, a Câmara e o Senado - aspecto de que resumidamente tratarei agora e já anunciado no início deste artigo : a quantidade gigantesca do dinheiro público, estimada em milhões, que o país tem para manter os nossos representantes no Planalto enche de indignação os eleitores.
           Além dos salários altos de que desfrutam, existem outros benefícios concedidos nababescamente aos deputados e senadores que, somados, chegam a mais de cem mil reais (!) mensais por deputado ou senador, não se contando as verbas, sob a sua responsabilidade, destinadas a obras que poderão ser realizadas nos seus estados de origem.
          Ora, sabendo que o ser humano não é perfeito, não é difícil imaginar o que possa ocorrer entre a destinação das verbas e a realização de obras públicas nos diferentes setores da estrutura da máquina governamental. É exatamente nesse ponto crucial que se instala um dos mais abjetos males da política brasileira contemporânea: a corrupção, os desvios de verba, a lavagem de dinheiro, as fraudes nas licitações, o tráfico de influência, o nepotismo, os conchavos, as negociatas pagas com o dinheiro do contribuinte, as propinas, os subornos, os projetos de “mensalão.”
            Deveria ser um dos principais empenhos de nossos governos reduzir a escalada da corrupção que se instalou no país, realidade que não é só de hoje, mas que sem dúvida se tornou bem mais visível na atualidade.
Enquanto não dispusermos de representantes na Câmara Federal e no Senado e, por tabela, nos governos estaduais e municipais, dignos dos seus mandatos, o país poderá se tornar uma das nações com forte tendência a cair no descrédito de países sérios que tratam a coisa pública com respeito e pensando no bem-estar dos seus povos.
            Somente países com políticos íntegros, com mandatos voltados para o interesse de sua população têm condições de se afirmar como nações progressistas, desenvolvidas e felizes – estas sim, merecedoras de ser potência mundial sem os anacronismos de hegemonias belicistas de conhecidas nações.