O morro da casa grande : impressões de leitura
Estimado Dilson Lages:
 Acabo de ler o  capítulo  do seu romance de título estranho e enigmático, ou seja,  que me lembra ecos de O morro dos ventos uivantes, de Emily Brönte,escritora inglesa da época  vitoriana  . É claro que essa ressonância me foi sugerida pelo  seu belo título.
 A princípio   o capítulo, em linhas gerais,  aponta para  ambientação   e tramas vinculados ao coronealismo, para as relações entre  dominados e dominadores.. Espaço e tempo  já sinalizam para uma estória no interior do Piaui. Os diálogos me soam vivos, com personagens que me parecem encorpar  sentimentos e vivências plausíveis. Nos três  primeiros parágrafos, vejo que a  paisagem física atesta uma descrição  pictórica impressionista. O texto não se entregou ainda  ao mundo interior do leitor. Ainda é cedo para  fazer a travessia entre ele e nós leitores. As imagens descritivas  exigem de mim  decifrações, à semelhança do que  ocorre quando se  lê, pela primeira, vez, um poema.  O tom  da narrativa parece  acertar-se com os  elementos mesológicos do espaço rural.O texto, pois, ainda está naquele ponto  em que  a captura do leitor depende daquela imagem do espelho de Lewis Carrol, cuja travessia leva ao reino encantatório da ilusão ficcional - locus privilegiado da criação  literária. Aguardemos, o segundo capítulo. 
 Um grande abraço   e sucesso  nessa  estréia de romance.
 Cunha e Silva Filho