A tríade parnasiana: à esquerda, Alberto de Oliveira; ao centro, Raimundo Correia e à direita, Olavo Bilac.
A tríade parnasiana: à esquerda, Alberto de Oliveira; ao centro, Raimundo Correia e à direita, Olavo Bilac.

Guiava à casa do morro, em voltas, o caminho,
até lhe ir esbarrar com as orlas do terreiro;
dava-lhe o doce ingá, rachado ao sol, o cheiro,
e um rumor de maré o cafezal vizinho.

Quanta vez o subi, buscando a um guaxe o ninho,
ou, saltando, o desci com o regato ligeiro,
para voar num balanço, embaixo, o dia inteiro,
e ver girar, zonzando, as asas de um moinho!

De setembro até março, uma colcha de flores
tapetava-o. Reluz-lhe em poças de água o céu;
das folhas sobre o saibro os orvalhos escorrem.

Mas morreram na casa, em cima, os moradores,
morreu, caindo, a casa, o moinho morreu,
o caminho morreu... Até os caminhos morrem!

(Alberto de Oliveira)