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Sonnet XXXIV


HAPPY THE MAIMED, the halt, the mad, the blind -
All who, stamped separate by curtailing birth,
Owe no duty’s allegiance to mankind
Nor stand a valuing their scheme of worth!
But I, whom Fate, not Nature, did curtail,
By no exterior voidness being exempt,
Must bear accusing glances where I fail,
Fixed in the general orbit of contempt.
Fate, less than Nature, in being kind to lacking,
Giving the ill, shows not as outer cause,
Making our mock-free will the mirror’s backing
Which Fate1s own acts as if in itself shows;
         And men, like children, seeing the image there,
         Take place for cause and make our will Fate bear.


Soneto XXXIV


FELIZES OS MUTILADOS, os coxos, os loucos, os cegos –
Todos os que, por estranho nascimento destoantes,
Favor não devem nem obrigação com a humanidade têm
Nem tampouco a estimar sua parcela de valor se põem!
Eu, porém, a quem o Destino, não a Natureza, de menos deu,
De todo vazio exterior livre sendo,
Olhares acusatórios das imperfeições minhas que suportar tenho
Na órbita geral do desprezo centrados.
O Destino, sendo mais tolerante do que a Natureza,
Trazendo-nos moléstias, não como uma causa externa mostra-se,
Que faz com que do espelho a proteção do nosso escárnio nos poupe
E que do Destino os próprios atos como se nele mesmo contidos mostra;
       Os homens, qual crianças, vendo ali a imagem,
        Confundem lugar com causa e no Destino nossa vontade se realiza.

                                                                                       (Tradução de Cunha e Silva Filho)