Em Teresina, o magistério e a literatura.

Dílson Lages Monteiro vive em Teresina-PI, desde a adolescência. Nessa cidade, divide-se entre o magistério e a literatura, respirando o trabalho com o texto cotidianamente.

Teresina é cidade com forte vocação para os negócios.  Reconhecida como centro regional de saúde e educação, nela aporta, em busca de serviços, gente de vários estados do Meio Norte.

A história de Teresina

Teresina tem suas raízes na Barra do Poti, onde, em 1760, já havia um aglomerado de fogos, ou seja, casas habitadas por pescadores, canoeiros e plantadores de fumo e mandioca.

 

Historicamente, a mudança da sede administrativa da Província do Piauí, para a Vila do Poti, hoje Teresina, se deve, em primeiro lugar, em razão da localização da então sede, Vila da Mocha, encontrar-se no sertão, região seca e árida, distante aproximadamente 30 léguas do Rio Parnaíba, principal meio de escoamento econômico da época e muito distante do mar, onde já se localizava um potencial posto de comércio (compra, venda e troca) futuro, com o mercado externo e fácil intercambio com outros centros de civilização do Império. Ainda, segundo alguns historiadores, a então capital, ficava distante da cidade de São Luis, cidade sede do Governo do Estado do Maranhão e Grão – Pará, cuja jurisdição a capitania do Piauí era subordinada e próxima à cidade de Caxias (MA), a segunda maior cidade em importância econômica do Maranhão. A Vila do Poti, localizada na confluência dos Rios Parnaíba com o Poti, (barra do Poti) era cortada pelas estradas que ligavam Oeiras a Parnaíba e com sua posição geográfica privilegiada, foi denominada de Vila Nova do Poti, a qual foi elevada á categoria de cidade por força da resolução N° 315, de 21 de julho de 1852, editada pelo então Presidente da Província do Piauí, José Antonio Saraiva, com o nome de Teresina.

 

Vale ressaltar que a transferência da capital da Província do Piauí de Oeiras para Teresina realizou-se sob vários protestos da comunidade oeirense, que desejava a todo custo, garantir a permanência da capital naquela cidade.

 

Contudo, apesar da pressão, o Presidente da Província, José Antônio Saraiva, ardoroso defensor das ideias mudancistas, efetiva a transferência da capital. E em 16 de agosto de 1852, dirige circular a todos os Presidentes de Província do Império comunicando o fato.

 

Autorizada a transferência da sede do governo da Província para a nova cidade, registrou-se extraordinário aumento populacional, transformando-se num dos maiores centros comerciais da região, demonstrando desde já, sua vocação comercial.

 

A influência da religião católica fez-se notar desde a fundação da cidade, que já nasceu capital. Ao ser instalada a Vila Nova do Poti na Chapada do Corisco – local assim chamado em virtude das fortes trovoadas e frequentes faíscas que caem durante a estação chuvosa; o primeiro edifício construído foi a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, padroeira dos potienses.

 
O prédio da igreja serviu de ponto de referência para o traçado de Teresina, cujo território compreendia, de norte a sul, um quarto de légua para cada lado, tendo a Igreja de Nossa Senhora do Amparo como centro; e de leste a oeste, o espaço entre os Rios Parnaíba e Poti.
 

Segundo a História, a Imperatriz Dona Teresa Cristina Maria de Bourbon teria apoiado junto ao Imperador a ideia da mudança da capital e, em sua homenagem, Saraiva denominou a cidade de Teresina (antigamente grafado Theresina).

 

Com a instalação definitiva da capital, concluída em outubro de 1852, Teresina começou um processo de desenvolvimento bastante acentuado. Em junho de 1851, viviam na Chapada do Corisco 49 habitantes, entretanto, já na segunda década após a transferência da capital o número de habitantes era superior a 8 mil pessoas.

 

Teresina foi a primeira cidade do Brasil construída em traçado geométrico. Ela não nasceu de forma espontânea, mas de modo artificial. Saraiva, pessoalmente, tomou as primeiras providências: planejou tudo, com o cuidado de estabelecer logradouros em linhas paralelas, simetricamente dispostas, todas partindo do Rio Parnaíba, rumo ao Rio Poti. Ver figura 1.

 
 
A CIDADE DE NASCIMENTO
 
Dílson Lages Monteiro nasceu na cidade de Barras do Marataoã, em 1973. Lá, viveu a infância e a pré-adolescência entre os banhos de rios, a igreja e a casa paterna. Barras foi cidade de grande força política e cultural durante a República Velha, em função do prestígio político adquirido nacionalmente pela família Pires Ferreira. Com o desaparecimento quase denifivo desse grupo na cena nacional, a partir de 1950, a cidade entraria em profundo processo de decadência, notada em muitos fatores, entre eles, na destruição dos símbolos de convivência comunitária - igreja, cemitério, teatro, clubes, associações agropastoris etc.