EDUCAÇÃO PÚBLICA FUNDAMENTAL E MÉDIA. E O PROFESSOR?

CUNHA E SILVA FILHO

Faz muitos anos acompanho a situação do ensino e da educação brasileira. Assisti aos momentos mais espinhosos da precariedade de nossas escolas. Senti na carne as mudanças da antigamente chamada Nova Escola, as leis aprovadas atinentes ao ensino, as condições críticas e crônicas da situação salarial dos mestres. Pouca coisa mudou positivamente com respeito à condição do nosso professorado.

No tempo da ditadura militar, os professores eram mal pagos. Depois do regime de arbítrio, com a volta da democracia, em 1985, a educação, o ensino e a condição degradante dos mestres se mantiveram na mesma situação: baixíssimos salários. Houve até um governador de São Paulo que afirmou o seguinte: "O professsor jamais será bem pago." Só não sei das razões plausíveis para que ele tenha declarado essa frase infeliz e injusta.

Parece um sina a acompanhar uma carreria tão necessáraia, brilhante e útil ao desenvolvimento de um pais. Não motivo imperioso para que a carreriaa do magistério seja tratada assim com desprezo e sem prioridade. Digo isso ex cathedra porque sou filho de professor e via as agruras pelas quais meu pai passou praticamente a vida inteira. Em campanhas políticais, candidatos a mandatos, ao abordarem o tema da educação , só se reportam aos alunos e quase nada ou nada mesmo trazem à baila a figura do mestre secularmenate mal remunerado.

Até o Leonel Brizola que se dizia defensor e paladino da educação aqui no Rio, pagava muito mal os professores públicos. No tempo dele e de outros governadores houve muitas greves , mas quase nada se conseguia obter do governo estadual.Eu acompanhei todas essas fases na condição de professor do ensino médio. O citado Brizola só se preocupou em construir os chamados "brizolões" , muitos dos quais hoje se tornnaram elefantes brancos. Era curioso: o Brizola somente se referia às "criancinhas" que deveriam ser bem ensinadas. Quanta demagogia!

Com o tempo, os grevistas se cansaram. Passou-se o período das greves no magistério do Rio de Janeiro tanto no estado quanto no município, este também remunerava mal os docentes. Cansei de escrever artigos duros contra a situação dos professores continuamente maltratados pelos governantes e prefeitos. Talvez, só o César Maia tenha dado mais atenção aos professores municipais quando foi prefeito do Rio de Janeiro.

A sociedade, em geral, também pouco dá valor aos mestres. Isso é bem percebido em programas de televisão, do tipo que o Chico Anísio exibia através do personagem do professor Raimundo. Em novelas, personagens que sejam professores são também caricaturados pelo meio social. Vergonha para o nosso povo!

Um professor que desejasse alugar um apartmento, por exemplo, não conseguia dado que era muito mal pago e, por vezes, era até humilhado por proprietários que não aceitavam alugar seus imóveis a professores públicos. Era uma situação vexatória e ao mesmo tmepo mais vergonhosa ainda para o nosso país que não valoriza secularmente os docentes, com exceção do ensino universitário público e, mesmo assim,  nem tanto.

Ora, um país que dá as costas para os seus professroes ao contrário de um Japão, por exemplo, não pode atingir um desenvolvimeto das grandes nações civilizadas que respeitam o seus mestres e os remuneram bem.

Já escrevi tanto sobre ensino e educação em jornais do Piauí defendendo a minha classe profissional que,  com o tempo, se esgotou o meu desejo de ainda repisar um tema que jamais foi bem acolhido ou tratado com seriedade e dignidade por sucessivos governos federais, estaduais e municipais. Pergunto. já meio entediado, até quando os professores públicos seremos reconhecidos e bem remunerados ? Para as calendas gregas?