Cascalho

Por Rogel Samuel

Este Cascalho de Herberto Sales me acompanha há muitos anos. Não a edição, que perdi. Mas o livro. A primeira edição é de 1944, portanto tinha eu 1 ano de idade, não sabia ler. Mas na década de 60/70 li o livro, apressadamente, como tudo o que eu fazia na época, vítima da sobrecarga de sala-de-aula. Cascalho foi uma boa leitura. Estou, agora, relendo.

Muito me admira que o livro só se encontre em sebos.

Será que a literatura brasileira está realmente envolvida nesta crise?

Porque o mundo da ficção é deveras evanescente, e o romance um objeto de consumo. Até barato.

Escrever um romance dá muitíssimo trabalho. Físico, mental, emocional. Quantos jovens talentos se dedicam a esse ingrato mister?

Escrever um romance é como o garimpador de cascalho. Trabalha a vida inteira e quem sabe nunca encontra ouro.

O ouro é um mistério. Dilson Lages o encontrou. Seu estilo lembra o de Herberto.