Cânone e margem nas literaturas de língua portuguesa não são meus enfoques de pesquisa atual, mas o tema parece ser um manjar deleitoso para a leitora inquieta que há em mim. Então, parodiando Roberto Schwarz, teçamos a teia das ideias fora do lugar. Seleciono como finalidade profícua refletir acerca do conceito de cânone e margem, arregimentando com a discussão da história da literatura que, por alguns critérios epistemológicos, estéticos e de medida de valor, elegeu nomes e obras que figuram na literatura e, a partir dessa eleição, se consideram obras consagradas pela crítica hegemônica, deixando à margem escritores relevantes no panorama da formação das literaturas brasileira, portuguesa e ainda a africana de língua portuguesa. Sob esse prisma, o texto nasce como uma breve provocação à história da literatura, chamando a atenção para uma rediscussão dessa temática que tem sido incômoda, sobretudo a partir dos estudos sobre multiculturalismo nas literaturas de língua portuguesa.

Como pressupostos crítico-teóricos, a base de reflexão será formada pelas obras, a saber: Uma elegia para o Cânone, de Harold Bloom, o capítulo A formação do cânon literário, inserido na Formação da literatura brasileira de Antonio Candido, Cânone e valor estético em uma teoria autoritária da literatura, de Jaime Ginzburg, Os pobres na literatura brasileira, de Roberto Schwarz, o ensaio “Cânon”, de Roberto Reis em Palavras da Crítica do organizador José Luis Jobim, Margem da cultura: mestiçagem, hibridismo e outras misturas, De voos e ilhas, de Benjamin Abdala Jr, o capítulo “A escrita e os excluídos”, da obra Literatura e resistência de Alfredo Bosi, Literatura e intervalo, de João Alexandre Barbosa, a obra Angola e Moçambique, de Rita Chaves, de onde se erige uma discussão das literaturas africanas de LP que dialogam com a brasileira e por tal razão se fazem necessárias para a reafirmação ou revisão do cânone nacional.

Abre-se um ponto salutar para discutir a problemática do cânone em nossas literaturas: a formação do cânon se deu na influência da crítica romântica europeia que contribuiu para a construção da identidade. E a identidade vai além dos padrões estéticos estabelecidos e do gosto pessoal de muitos estudiosos. Exemplo marcante é a literatura negra que ficou essencialmente à margem da história literária. Mais curioso ainda é a formação do povo brasileiro como bem lemos em João Ubaldo Ribeiro. Não há como ler obras da literatura brasileira e não encontrar nelas laços fortíssimos da identidade africana. E tais aspectos ficaram à margem na eleição do cânone frente aos valores estéticos pré-estabelecidos pela historiografia literária vigentes na época.

Feitas tais considerações preliminares, convém aludir ao conceito de cânone, do grego kanon, cuja recorrência de sentido remonta para o efeito de medir ou atribuir juízos de valor estético. De tal modo, a acepção de cânon acoplada ao conceito de margem atribuída por Bosi e Abdala Jr, mencionados alhures, leva o leitor a verificar que na constituição ou formação da história de nossa literatura houve injustiças provocadas pelos critérios e, até os nossos dias, parece haver problemas dessa ordem, pois, ao eleger a inclusão dos nomes e obras, o crítico acaba por cair na ideia de exclusão, corroborando para a marginalização nas literaturas. Um exemplo disso se contrapõe a história da literatura nas mãos dos pensadores Antonio Candido e Afrânio Coutinho, sem contar o crítico Sílvio Romero. Por isso, é relevante considerar dentro da historiografia e aceitabilidade do cânone, a História da inteligência brasileira, de Wilson Martins, uma vez que, levando em conta o trabalho dos historiadores, Martins vê a literatura no âmbito da comparação e traz outros nomes significativos para a história literária.

Pode-se asseverar que se pensou no cânone da história da literatura brasileira na primeira metade do século XIX. Até hoje a elegia para o cânone permanece viva na memória do leitor e dos críticos contemporâneos, porque para questionar ou propor novas configurações do cânone se torna urgente voltar a ele.

Em A formação do cânon literário Candido concede-nos uma pista de que o cânone deve ser rediscutido, porquanto, para ele, poucas obras eram acessíveis e a única maneira de o crítico ter contato era através da história ou por meio de antologias e essas acabam por selecionar. Eis a problemática que deve ser repensada: inclusão e exclusão. Mas que o leitor entenda que não se trata de desconsiderar o que já é canonizado. A história também já formalizou. O que se nota é uma necessidade de se pensar em diferentes públicos, épocas, histórias e contextos aceitando que muitas obras não acatadas pela hegemonia do cânone não são destituídas de valores estético-literário, histórico, cultural, político, artístico e outros.

Nessa perspectiva, ressalta-se que o cânone da literatura brasileira é oriundo das discussões dos primeiros historiadores e críticos brasileiros que, depois da independência política, em 1822, se encarregaram da construção de uma história e da invenção de uma literatura que representasse a identidade da nação.  Erigiu-se o cânone em nossas letras literárias composto por autores que representasse a brasilidade, as ideias nacionais e que se divergissem das literaturas europeias.

Na visão do crítico Alexandre Barbosa (1990), percebe-se que na hegemonia do cânone não se pode negar o “apelo classicizante, o que gerou uma hierarquização dos gêneros, raças e modelos culturais, que somente será abalada pelos movimentos multiculturais de anos recentes” (p.23). Quer dizer, a literatura era vista como parte de história e não possuía autonomia e estava a serviço da história e não da arte. Por tal razão, pode-se entender que a relação de dependência da literatura frente à história, cumpriu à crítica literária a função de indicar as obras em seu caráter de literariedade, começando por Sílvio Romero em História da Literatura Brasileira, o qual parece utilizar um método mais completo na eleição do cânone porque compreende a inteligência brasileira como um conjunto: literatura e política, literatura e arte, literatura e criações populares, entre outras relações dialógicas. Para Antonio Candido, esse conceito de literatura carecia de uma análise da situação cultural ligada à sociedade. O mais contundente é o estudo de José Veríssimo, de 1912, que questiona a história da literatura e parte para um enxugamento do cânone literário decorrente do conceito de literatura expresso por Sílvio Romero. Veríssimo questiona o paradigma do cânone ao indagar os critérios e propor a inclusão de nomes que foram omitidos na avaliação estética da história. Com isso, apreende-se que a história da literatura brasileira é a história do que nossa produção literária sobrevive na nossa memória de nação. É nesse âmbito que se pode pensar no cânone, dado o conceito de memória em sua mais ampla leitura cultural e comparada.

Não se pode negar que no processo histórico da história da literatura brasileira houve a permanência de um cânone marcado por critérios quantitativos e cujo objetivo era afirmar sobremaneira a existência de uma herança literária nacional. Em contrapartida, a década de 50 do século XX marca-se pela releitura da história da inteligência literária com a publicação de Formação da literatura brasileira de Antonio Candido (1959), o qual provoca alterações no cânone.

Contudo, isso não quer dizer que não houve exclusão, tendo em vista a eleição de obras circuladas em regiões não-periféricas, no eixo Rio-São Paulo, por exemplo, não dando importância a autores de outras regiões consideradas hoje à margem do cânone. Dando um salto desse tempo somente para reforçar, lembre-se do caso do poeta Manoel de Barros que publicou em 1937 e somente em 1980 depois de Milôr Fernandes divulgar a nota sobre sua poesia, é que a crítica literária brasileira abriu os olhos para um dos maiores poetas vivos no Brasil, esquecido, marginalizado pela história e, hoje, um dos mais estudados e premiados no gênero de poesia.

Retoma-se ao ponto da eleição do cânone e sua história, citando Lúcia Miguel Pereira na obra Prosa e ficção: de 1.870 a 1920. A autora demonstra a leve insatisfação com o cânone, no mesmo caminho de Antonio Candido que promove uma releitura dos poetas árcades e a presença deles na literatura nacionalista brasileira e ainda sobre o nacionalismo literário no Romantismo. A agudeza de preocupação será mais acirrada quando Haroldo de Campos constrói a elaboração da Antologia da Poesia Brasileira da Invenção, incluindo para seu cânone apenas Gregório de Matos, e Tomás Antonio Gonzaga com Cartas Chilenas, mas exclui Marília de Dirceu. E qual foi o critério para a eleição da obra? Inclui ainda Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães, deixando à margem de seu cânone autores como Gonçalves de Magalhães, Castro Alves e tantos outros que marcaram a história da literatura.

Efetivamente, acredita-se que a expansão do exame sobre literatura, margem e cânone se deu no início dos anos 1980 com os primeiros sinais do multiculturalismo do crítico Roberto Schwarz, ao trazer à baila a obra Os pobres na literatura brasileira promovendo válidas alfinetadas críticas acerca da redefinição do cânone, da revisão dos critérios constantes na literatura brasileira. Nos anos 1990, do Século XX, surgem cada vez mais críticos insatisfeitos com o tema e que procuram pensar na desconstrução de conceitos como o de literariedade, um grande divisor de águas para estabelecer os valores estéticos do cânone e levar muitas obras que poderiam ter entrado para a história da literatura.

Por excelência, questiona-se, a partir de Terry Eagleaton, o que é literatura? Se for literatura, por que não ser lida nos compêndios escolares? E se a cultura africana é de grande relevância para a formação cultural do povo brasileiro, por que não ter maior destaque na seleção canônica do ensino? Houve significativas mudanças com a Lei 10.639, mas o caminho para se pensar na marginalização da literatura africana de língua portuguesa e no diálogo tecido a partir da leitura dos brasileiros consagrados, como João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, João Guimarães Rosa, Drummond e tantos outros, são passíveis de reflexão e merece uma leitura cuidadosa.

Em seu ensaio Cânon, Roberto Reis demonstra que a marginalização nas literaturas decorre do processo de escolha e exclusão operando na canonização de escritores e obras. O cânon, segundo ele, está a serviço dos poderosos, estabelecendo hierarquias rígidas no todo social e funcionando como uma ferramenta de dominação. Assim, para desconstruir este processo ideológico, o investigador deve problematizar a historicidade, ou melhor dizendo, não se questiona o cânon incluindo um autor não ocidental ou algumas obras escritas por mulheres. É preciso destrinchar as malhas de poder. Desse modo, procura-se averiguar se quem inventariou o cânone teve quais interesses, qual era o público-alvo, quem eram os leitores qual era seu estatuto de gênero, de classe, etnia para nortear sua noção de valor estético. Porque sendo assim, chegaria à inclusão das vozes femininas na literatura, sobretudo na poesia afro-brasileira, das literaturas africanas de LP. Para tanto, é necessário considerar a identidade como plural, as multifaces da cultura, entre outros questionamentos que deveriam ter se arrolado.

A dessacralização do cânone remonta o cânone ocidental. Não se vê mais que um Machado de Assis na presença universal, nem mesmo escritores menos elitistas. Há o destaque ao escritor branco em detrimento de um não-branco.  Daí é salutar o texto A literatura e os excluídos de Bosi, que aponta para uma rediscussão de valores afro-brasileiros na formação da cultura e literatura.

A despeito disso, Roberto Reis assevera: “a literatura de língua portuguesa tem sido usada para recalcar os escritos dos segmentos culturalmente marginalizados e politicamente reprimidos”. Neste caminho crítico, Reis alude que o cânon é um evento histórico e é a história que deve ser problematizada. Não basta repensar o cânone ou revisá-lo, lendo outros textos literários não canônicos e não canonizados, substituindo “maiores por menores”, os escritores, pelas escritoras. Tampouco não basta dilatar o cânon e nele incorporar outras formações discursivas como o cinema, a telenovela, o cordel, etc. É preciso considerar os novos meios de ler e o novo público leitor, já que a literatura está sempre na relação tríade a que Candido apontou como autor, obra e público.

Em tal relação com a sociedade, no cânone contemporâneo, deve-se levar em conta a formação do hibridismo cultural e o multiculturalismo, uma vez que a literatura como produto da sociedade não pode e nem consegue se separar de tais aspectos formativos. Abdala Jr vai a fundo quando propõe ensaios sobre Margens da cultura: mestiçagem, hibridismo e outras misturas. A esse turno, destaca-se que na formação do cânone houve maior preocupação em esboçar escritores com espírito nacional, dando abertura para o juízo crítico, pois a partir de mais ou menos nacional este autor será canonizado.

Atualmente, é preciso revisitar a história e explicitar que a hegemonia do cânone não deixa de ser consagrada, não pode deixar de ser lida, é importante ler os clássicos canônicos, mas é importante observar que há obras de excelentes qualidades literárias, de valores culturais, históricos e híbridos, para os quais o leitor não pode fechar os olhos. Marcante força tem as literaturas africanas de LP que, mesmo depois da independência dos países africanos, ficaram à margem ou como "culturas fechadas" (ABDALA JR). O público que se diz elitista não pode fechar os olhos para a formação da identidade brasileira a partir da cultura africana. E isso vai muito mais além de uma imposição da Lei 10.639 prevendo a obrigatoriedade do ensino na cultura afro-brasileira. É necessário um novo olhar para o cânone. Devem-se revisitar as culturas com o intuito de vê-las como híbridas. Somos a marca do angolano, do moçambicano, do cabo-verdiano, e as nossas letras literárias, não pode negar o sangue africano e o cantar de uma voz que ressoa como a mais legítima identidade desde Castro Alves, Solano Trindade, Lino Guedes, Jorge de Lima, Mário de Andrade, Bernardo Guimarães, Machado de Assis outros escritores afro-brasileiros. É nesse contexto que a obra Angola e Moçambique, de Rita Chaves vem mostrar a presença e a força marcante e dialógica dessa literatura plural.

Em Os pobres da literatura brasileira, Roberto Schwarz inclui em seu cânone autores considerados à margem. A rigor, é tão fácil e evidente, nessas discussões sistemáticas sobre o cânone no Brasil, que o problema do cânone reside nos critérios de valor estético. Houve uma grande marca de injustiça na formação da tradição canônica no Brasil, consentindo segmentos culturais em segundo plano, tais como a literatura de cordel, a tradição oral, os registros indígenas, as fortes influências africanas na literatura brasileira. Tais critérios não entraram na eleição de autores e obras. E por quais razões foram excluídos? Desse modo, volta-se ao questionamento anterior: o que é identidade cultural? O que é ser nacional? O ensaio de Barbosa explicita que a literatura não consegue fugir de sua tradição e a sua existência se funda na relação com outras culturas, tal como se lê em A leitura do intervalo.

No capítulo “A escrita e os excluídos”, de Literatura e resistência Alfredo Bosi destaca a ideia de margem na literatura de cordel garantindo que tais repentistas, de grande relevância para a cor local, constituíram o que ele chamou de cultura de fronteira. Assim, entende-se que estar à margem não significa estar excluído ou ter um valor aquém nas literaturas. É preciso repensar quem está à margem, se é o historiador, o crítico ou o leitor. O que não é impossível aceitar é a exclusão da identidade híbrida como uma identidade puramente nacional.

Curioso é notar o ensaio Relações incertas: Brasil, Portugal e África, onde Abdala Jr pondera que para discutir margem e cânone hoje é necessário que o estudioso de literatura considere o diálogo entre as literaturas de língua portuguesa muito além da América e da exploração racial e escravocrata. O valor literário de obras como Luanda, de Luandino Vieira, por exemplo, vai da linguagem Roseana, dos mitos nos musseques até a relação do homem universal. Da mesma forma ocorre com a beleza e qualidade literárias de Mia Couto em Cada homem é uma raça e suas relações com a literatura brasileira, sobretudo com Gruimarães Rosa, assim como Manuel Lopes e o cânone Graciliano Ramos, com Baltazar Lopes e Manuel Bandeira e o consagrado Carlos Drummond de Andrade. Ler as literaturas africanas de língua portuguesa consiste na aceitação de que a tessitura cultural, histórica e social não tem fronteiras e a sua recepção deve ser por via do hibridismo e multiculturalismo. Bosi, em Dialética da colonização, no capítulo Cultura de fronteira, também aponta como margem e cultura de fronteira a tradição da cultura oral e as marcas do regionalismo. Daí outros pontos para se rediscutir o cânone e sua formação histórico-literária.

Discorrer sobre margem equivale a pensar em literaturas e fronteiras. Neste campo de atuação, vale mencionar o ensaio Margem dentro da margem: olhar angolano para o Brasil, de Alexandre Montaury, no qual, analisa Luanda: Desmedida de Ruy Duarte de Carvalho, o escritor luso-angolano que não poupa a linguagem para acentuar que as expressões literárias dentro de uma mesma língua e da história são locais e se fazem como fronteiras. E é na relação com a linguagem e a paisagem que também se pode pensar em hibridismo e margem para se repensar o cânone literário na contemporaneidade.

Talvez hoje, no século XXI, com o arrolamento e expansão dos estudos e centros de literaturas africanas, pode-se começar a pensar em cânone. No entanto, no texto Pós-Colonialismo e cânone, Ana Mafalda Leite elucida as posturas divergentes da produção textual africana, denotando a ideia de cânone e valor entre a literatura periférica e a literatura produzida nos centros. Dito isto, ela considera que o julgamento de valor se dá com base num cânone literário europeu e as literaturas africanas constroem ou até mesmo abrem espaços para discutir questões transculturais sobre estruturas e formas dos textos. Na verdade, Leite certifica que não se pode falar em literatura canônica, tendo em vista que o cânone literário africano ainda está em desenvolvimento. Da mesma forma, se verifica que as literaturas de LP devem ser pensadas na perspectiva de impressões locais e regionais, e não com base somente numa visão europeia, ainda que por ela tenha se deixado influenciar ao longo do século XIX.

À guisa de inferência, acentua-se que a visão polêmica de Harold Bloom acerca do cânone ocidental não seria um caminho para se discutir margem e cânone atual. Em outras palavras, a abordagem de cânone por um viés elitista leva o estudioso ao fracasso, pois não se pode e nem se deve excluir o que a história já consagrou como obras canonizadas. Resta ao investigador contemporâneo, sobretudo, do crítico acadêmico, aliado aos nomes referenciados no texto, rediscutir e problematizar a história das literaturas de LP, não devendo considerar somente o valor estético ou o gosto pessoal. Uma obra literária, em sua abertura como propõe Umberto Eco, tem muito mais sentido e significação do que a sua historicidade e literariedade. A ideia é somar valores e critérios. Portanto, a leitura de cânone e margem pelo viés comparatista é apenas um dos caminhos para se repensar, como fez Candido, em A formação da literatura brasileira, Leyla Perrone Moisés em Altas Literaturas. Afinal, parodiando Guimarães Rosa: “Somos de onde nascemos. Somos de outros lugares”, uma vez que “Num ponto mais embaixo, bem diverso do que em primeiro se pensou (...), o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. E a travessia de nossa cultura literária é essencialmente múltipla e híbrida para eleger um cânone a partir de critérios individuais.

[Texto da Professora Rosidelma Fraga para Entretextos. 01-09-2013].