ANIVERSÁRIO DE PESSOA

Ontem comemorei os 120 anos de nascimento de Fernando Pessoa. No dia 13 de junho de 1888 ele nascia. Portugal devia comemorar esta data como sua data maior, o dia da fala portuguesa, do discurso português.
O prestígio de Pessoa no mundo é incomparável. Todos os que de alguma coisa sabem de poesia o consideram como no cimo da montanha da glória.
Em vida o poeta era quase um desconhecido para a nação portuguesa. Os jornais não se referiam a ele, o ignoraram por completo. O maior jornal de sua época nunca lhe deu uma linha, exceto no caso do desaparecimento de um mágico seu amigo. Ou seja, a única vez que o Poeta apareceu no jornal foi na página policial.
Mas ele era esquivo. Contam que Cecília Meireles tentou encontrar-se com ele e ele faltou ao encontro. Mandou-lhe um livro e um bilhete dizendo que "consultara os astros e, segundo seu horóscopo, “os dois não eram para se encontrar”. Realmente, não se encontraram, nem houve mais muita oportunidade para isso, já que no ano seguinte Fernando Pessoa faleceu".
Na realidade, Pessoa como que se suicidou. Dizem que ele bebia muito, escondido, em seu quarto. E que pagava um menino para comprar bebida para ele e deixar no peitoril da janela. Parece que ele tivera cirrose hepática e continuou bebendo, solitariamente.
Pessoa morreu de solidão. Solteiro, prova que um gênio não conhece um par. Ele estava além da condição ordinária do ser humano. Sua mente pairava no mar do universo de sua imensidão, e seu coração era “um pórtico partido / Dando excessivamente sobre o mar.”