Fernando Pessoa aos 6 anos, em 1894.
Fernando Pessoa aos 6 anos, em 1894.

[Maria do Rosário Pedreira]

A personalidade fascinante de Fernando Pessoa, escrevendo por muito mais do que as quatro mãos que os miúdos aprendem na Escola Secundária, atraiu um número bastante grande de académicos para o estudo da sua obra, quer em Portugal, quer no estrangeiro, onde professores e escritores se apaixonaram claramente pela diversidade, pelo volume e pela maravilha dos textos saídos de arcas e mais arcas de tantos em tantos anos. Patrick Quiller, por exemplo, foi um dos responsáveis pela difusão de Pessoa em França, e Antonio Tabucchi, todos o saberão, mostrou-a aos leitores italianos. A edição da obra pessoana em Portugal tem estado, de resto, a cargo de dois investigadores estrangeiros: o colombiano Jerónimo Pizarro, que dirige a colecção na editora Tinta-da-China e ensina Pessoa na Universidade dos Andes, em Bogotá; e o norte-americano Richard Zenith, que coordena a colecção da editora Assírio & Alvim. Era a este pessoano, aliás, que eu queria chegar hoje, pois acaba de ser publicada o seu Pessoa: Uma Biografia, publicado pela Quetzal, um livro que esteve na final do Prémio Pulitzer e do qual  António Damásio disse ser «a equilibrada união entre o génio literário de Fernando Pessoa e os poderes analíticos do seu biógrafo». Muito curiosa com estas mais de mil páginas... para ir lendo e entremeando com outras coisas mais maneirinhas.