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Raul Santos Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 — São Paulo, 21 de agosto de 1989) foi um cantor e compositor brasileiro, considerado o pioneiro do rock no Brasil. Filho do engenheiro Raul Varella Seixas e da dona de casa Maria Eugênia Seixas, Raul nasceu e cresceu na cidade de Salvador. Uma cidade um tanto estagnada, alheia aos progressos de uma modernidade que passava ao largo da capital baiana. Tinha um irmão, quatro anos mais novo, Plínio Seixas.

Em casa obtém uma cultura impressionante que o faz adiantar-se àquilo que era ensinado nas escolas, mergulhando nos livros que tinha à disposição, na biblioteca do pai. Até o final de sua vida, sempre foi avançado para sua época, o que é comprovado pelas músicas por ele compostas e que até hoje são executadas.
Início

Seu gosto musical foi se moldando: primeiro, no rádio, acompanha o sucesso de Luiz Gonzaga, e nas viagens, onde acompanha o pai, ouve os matutos desfiarem repentes - e esta "raiz" nordestina nunca o abandonara. Porém logo Raul Seixas conheceu um personagem que mudou sua vida completamente: o Rock'n Roll. Raul teve contato com o Rock através do consulado norte-americano, que ficava próximo de sua casa. A partir daí, foram muitas horas diárias na loja "Cantinho da Música" ouvindo discos de Rock e várias sessões nos cinemas, onde encanta-se com o talento de Elvis Presley, de quem torna-se fã. Tão fã que chega a fundar o "Elvis Presley Fã-Clube de Salvador". Sempre gostou também de clássicos do rock dos anos 50 e 60.

Juntamente com alguns amigos de Salvador, monta um conjunto, "Os Relâmpagos do Rock", a primeira banda de Salvador a utilizar instrumentos elétricos. Mais tarde, a banda muda de nome, passa a se chamar "The Panters", e por último "Raulzito e os Panteras". Fazem shows pelo estado em bailes e festinhas e até mesmo para um bom público de duas mil pessoas no Festival da Juventude. Mas o sucesso da banda não ultrapassava o eixo baiano, fato que aborrecia Raul. A decepção com o mundo artístico foi reforçada pelo namoro com a americana Edith Wisner. A pedidos do pai da garota - que era pastor protestante - Raul abandona a carreira musical.

Algum tempo depois casa-se com Edith e passa a lecionar inglês e violão para ganhar a vida. Em 1967, o amigo Jerry Adriani, o conveceu a voltar aos palcos com Os Panteras, acompanhando-o numa turnê pelo Rio de Janeiro. E lá ele grava um disco pela gravadora Odeon.Um total fracasso.

Após algum tempo, Raul foi convidado por Evandro Ribeiro para ser produtor da CBS (atual Sony BMG). Ali participa da produção de diversos artistas da Jovem Guarda, como o próprio Jerry Adriani, Leno e Lilian e mais tarde Sérgio Sampaio, Diana, entre outros. Também compõe mais de oitenta músicas para a Jovem Guarda, algumas de muito sucesso, como "Doce, Doce, Doce Amor", "Sha-la-la-la", "Tudo que é bom dura pouco", "Ainda queima a esperança", entre outras.

Em 1971 Raul acaba se rebelando. Aproveitando a ausência do presidente da empresa, grava seu segundo LP (intitulado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10), em que faz parceria com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. O disco, todavia, foi retirado do mercado sob o argumento de não se enquadrar à linha de atuação da gravadora e Raul acabou demitido.

Em 1972 participou do VII FIC (Festival Internacional da Canção), promovido pela Rede Globo, e conseguiu a classificação de duas músicas, "Let Me Sing, Let Me Sing" (um misto de baião e rockabilly)[1] e "Eu Sou Eu Nicuri é o Diabo". Devido a façanha, assinou com a gravadora Philips (atual Universal Music) para gravar o álbum Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock, que não tinha o seu nome na capa.

Principais sucessos
Muitos dos fãs de Raul Seixas consideram uma das marcas mais fortes nas suas músicas a sua capacidade de, através de um estilo jovial e descontraído, transmitir mensagens ou fazer questionamentos sobre temas como o amor, a vida, e a existência em si.

Das canções que Seixas deixou, muitas foram aquelas que permaneceram eternizadas pelo gosto do público, entre elas: "Maluco Beleza", "Metamorfose Ambulante", "Sociedade Alternativa", "Gita", "Eu nasci há 10 mil anos atrás", "Eu também vou reclamar", "Medo da Chuva", "O Dia Em Que A Terra Parou" e "Tente Outra Vez". Entre os fãs, costumam aparecer também outras músicas, entre elas: "Ouro de Tolo", "S.O.S.", "Mosca na Sopa", "Eu Sou Egoísta", "Para Nóia", "Capim Guiné", "O Trem Das Sete", "Meu Amigo Pedro", "Metrô Linha 743", "O Carimbador Maluco" e "Sapato 36".

Discografia
1968 - Raulzito e os Panteras
1971 - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star)
1973 - Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock
1973 - Krig-Ha, Bandolo!
1974 - Gita
1974 - O Rebu (Trilha sonora original - Raul Seixas & Paulo Coelho)
1975 - 20 Anos de Rock (Reedição de Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock)
1975 - Novo Aeon
1976 - Há 10 Mil Anos Atrás
1977 - Raul Rock Seixas
1977 - O Dia Em Que a Terra Parou
1978 - Mata Virgem
1979 - Por Quem Os Sinos Dobram
1980 - Abre-Te Sésamo
1983 - Raul Seixas
1983 - Raul Vivo
1984 - Metrô Linha 743
1985 - Let Me Sing My Rock And Roll (Coletânea lançada somente em LP)(reeditado como "Caroço de Manga" em LP e CD)
1986 - Raul Rock Volume 2
1987 - Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!
1988 - A Pedra do Gênesis
1989 - A Panela do Diabo (com Marcelo Nova)

Legenda: Universo Alternativo - fantasia sobre o "Profeta" Raul Seixas

Fontes: Artigos relacionados: Paulo Coelho | Marcelo Nova