Por mais que não me olhe
Imagino que imagina quando olha,
Mesmo que a cidade nos estreite
Na sua mesquinhez e no seu espaço
No entulho de objetos e pessoas,
Mesmo que só pense em sua aparência
E a vida se espalhe cheia de cotidiano,
De exageros e besteiras.

Pode imaginar muito pouco,
Mas se imagino em demasia
Vejo o que imagina em você,
Me imagino assim e me deito
Naquilo que invento e entro
Às escondidas em amplitude.

Não acredito no que sou
Nem naquilo que você julga ser,
Pois deixamos de ser quando vistos.
Não importa a largura e a altura
De como nos imaginamos,
Mas uma coisa nos destina:
Ocultamente encostamos um no outro.

Blog de Jefferson Bessa: jeffersonbessa.blogspot.com/